domingo, 20 de setembro de 2009

NO PLAYGROUND DO SEXO...PARTE 1

O meu mamilo direito.Não me lembrava,de tão
recentemente,ter sido usado com tanta volupia.Estavamos no
meio de umas 300 pessoas,mas Simone não se
importou:esfregava sua mão em meu peito as vezes
rapidamente,outras bem devagar.Muito próxima do meu rosto,
me olhando com um sorriso permanente-cheguei a pensar em paralisia,
ou algum tipo de derrrame que a deixou daquele jeito.Ela tentava se aproximar,cada vez mais,o seu corpo do meu.Sentado em
um banco de bar,eu via em volta,homens assediados por
moças de maiô ou biquini.Alguns casais, como namorados adolescentes,enganchavam-se romanticamente ums nos
outros pelos cantos.
Aquela loira nada bonita,com os cabelos
evidentemente descoloridos,foi o meu caminho de
entrada em um dos lugares mais procurados da noite pelo
homem casado que procura sexo seguro.Sim,muito seguro.Logo na entrada,uma senhora na recepção transmite,simpática
mas mecanicamente as regras do jogo:"São R$ 70 para entrar,
sem direito a consumação,mais R$ 100 por casal,para usar o
quarto por 1 hora-se o senhor preferir subir com duas moças,
pagara R$ 150.A comissão das meninas é variavel,mas sempre
fica entre R$ 100 e R4 200.Aceitamos tbm cartões de credito".
Explicação exclarecedora:um programa como aquele,limitando
o apetite sexual por uma única horinha,custava pelo menos R$ 270,
considerando que o vivente não consumisse nem um copo de água.Depois as pessoas não sabem porque prostituição,
como a ''industria''do casamento,é um dos negocios
mais lucrativos da história da humanidade. Ganho uma chapinha com um número de identificação,
que fica pendurada em uma pulseira de borracha.Coloco no pulso
e me sinto um bebê de berçario.Passando a recepção,uma
moça faz as vezes de hotess,abrindo a porta vaivém.Em forma de corredor polones,as meninas postam-se logo na entrada para
conquistar quem vai chegando.Não há tempo a perder.
Olhares lânguidos de filmes pornôs,elas se derretem para os frequentadores habituais.Quando gostam de alguem,insinuam-se.Quando não gostam,insinuam-se da mesma maneira.É a alma do negócio.
Depois de me desvencilhar de Simone,uma tarefa que
não foi muito fácil-ela era insistente e só desistiu
quando eu disse que era professor e deve ter imaginado
meu salário-passei pelo corredor e fui conhecer a casa.Decoração
de american bar ou seja,espelhos e detalhes em
dourado por todos os lados,o térreo restringe-se a um salão com pequenas mesas,um palco e no fundo,uma mesa de sinuca perto de uma fonte de água decorativa.Estamos todos na penumbra,o que
poderia sugerir uma boite vietnamita.Mas o ambiente é alegre:música alta,tv ligada,gargalhadas.Encosto próximo a mesa e vejo Vera.
(o nome é ficticio)Muito bonita,cabelos curtos,loira.



O corpo perfeito.Nas mãos,um taco de sinuca,com o
qual prepara a próxima jogada.Talvez isso justifique
o assédio constante que sofre e o seu olhar de tédio:a maioria
dos homens que passam pergunta,inevitavelmente,se ela é
boa de buraco.A tática é grosseira,infantil e nenhum deles
consegiu convence-la a fazer programa,enquanto estive parado alí.
Para se vingar,Vera escolhe o cidadão mais feio,o rosto coberto de espinhas,e tasca-lhe um beijo na boca.''Obrigado querido''diz ela.O rapaz sai meio sem jeito,cambaleando sem saber o que o atropelou.Não foi mais visto.
Esqueço deles e olho para a frente,Bruna vem passando
por mim,como se apenas ela estivesse em câmera lenta.Tenta
me seduzir-num lugar como este,olhar para uma mulher
por mais de dois segundos,significa chama-la-me encarando.Não dou bola,mas mesmo assim ela vem na minha direção.Chega bem
perto da minha boca.Não tenho mais como olha-la.
Mais um pouco e ela derrubará uma das leis da
fisica-dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço
simultaneamente.Ela bafeja um''oi querido''.Melado.
Respondo,sem jeito,como quem cumprimenta um
conhecido qualquer de quem se esqueceu o nome?
-Tudo legal?
Mas ela é objetiva
-Que tal um programinha?Não tenho preconceitos,faço tudo o que você quiser...
-Não sei,não.Estou meio cansado.
-Quer sentir a mercadoria?-e logo em seguida,ordena:
-Põe a mão na minha bunda.Sente.-diz ela com labios de Mick Jaggaer.
Um silêncio sepulcral toma conta do metro quadrado que ocupamos.Ela me olha,acho que ansiosa por uma ereção.Sim,trata-se de uma bunda rechonchuda,de uma lordose tão proeminente que deixaria Carla Perez com inveja.Bruna ataca:
-Ainda está cansado?
-Desculpe,mas acho que sim.
-Ah,mas eu dou um jeito nisso.Posso fazer uma massagem ótima.
-Acho que estou tão cansado que dormiria no meio.
-Será que o problema não é fome?
-É verdade,ainda não jantei.
-O que tem vontade de comer?
-Acho que um churrasco.
-Tenho uma outra opção querido.
-Qual?
-O meu rabinho.
-Você é fina mesmo né?
Simpática essa Bruna.E objetiva.Começa a se roçar no meu corpo,esperando alguma coisa acontecer.Passam-se uns cinco ou seis segundos constrangedores em que ela fica me fitando e eu a ela.Nada.Bruna,pára.
-Hoje não é o meu dia né?
-Você deve ver por outro lado...-tento argumentar.
-Tchau querido.



Decido fazer uma sauna.Desço uma escadaria e descubro,no andar de baixo,omotivo para qualificar a casa como um balneário(assim diz o letreiro do lado de fora).Em um grande telão,no qual o videoclipe sem som do Julio Iglesias não combina com a música country que sai dos alto-falantes.Grupos conversam;alguns casais se engalfinham nas espreguiçadeiras e Julio Iglesias continua no telão,firme contra o império caipira de Zezé di Camargo e Luciano.No vestiário,tiro a roupa e visto um roupão.Em frente está o vestiário feminino,onde vejo as moças se preparando para o árdua batalha da noite-segundo algumas delas,quando o movimento está bom,conseguem quatro ou cinco clientes por jornada.No total,são oito horas de trabalho,sem registro profissional,fundo de garantia,décimo-terceiro,cesta básica ou plano de saúde.Mas também não tem mordida do leão e a contribuição à falida Previdência.
No caminho da sauna,aparece Simone outra vez.Talvez ela queira conversar novamente com o meu mamilo direito.
Ainda sem jeito do assédio anterior,tento desviar,mas ela não deixa:
-E aí,já decidiu?-cobra
-Não.
-Vou fazer uma massagem deliciosa em você.Vamos?-sua mão sobe e desce em meu tórax.Ali no meio de tantas pessoas era constrangedor.Seguro a mão da moça:
-Olha Simone.Vamos conversar depois.Estou indo fazer uma sauna-e escapo rapidamente
Continua...



Arcangelus